O sentir do poeta

Não gosto de frasear correndo,

Com o pensamento no dedo

E a caneta no travesseiro.

Prefiro espremer a memória,

Destilar a essência, a glória,

Consumir litros e quilos de ideias,

Não ficar marcada na prateleira.

Eis que um som ondulado

Faz sua morada na minha imaginação,

E assim vai dançando,

Percorrendo sonetos, poesias e poemas.

O sentido pode não estar claro

– clara mesmo é a luz difusa

No fim do saber, do compreender.

Faz sentido, então, agora,

Mais uma vez, mais do que tudo,

Conceber o que a mente reteve,

Vasculhou e acumulou,

Sem poeira, sem transitoriedade,

Enquanto vaga solene e perene

A razão certa de um poeta.


Autora: Marcela de Baumont

Ficha técnica de Marcela de Baumont:

Formada em 1976, pela UFRGS, na Faculdade de Comunicação Social, é bacharel em Jornalismo, Relações Públicas, Propaganda e Publicidade. Exerce a atividade de revisora desde a faculdade, na Editora e Gráfica da UFRGS, e também para escritores de livros e revistas em áreas diversas. Como revisora em Propaganda, tem trabalhado para importantes clientes:  Giovanni+DraftFCB, Wunderman, Grey, Publicis, Africa, MPM. Seu passatempo favorito é ler um bom livro e escrever suas poesias.