Na Favela é Assim
Silzinho do Rap – Na Favela é Assim
Na favela é assim, minha gente eu vou contar.
Tem que ter proceder, pra você nela morar.
Não sendo assim, a história pode mudar.
Tem muita gente ruim que atraiu isso pra cá.
E bico sangue ruim, zé povinho, aqui não vai morar.
Porque espancou um mano na porta de um bar.
Coitadinho, a vida dele era sempre trabalhar.
Nunca roubou, nunca matou.
Um mano do morro já viu de lá e ficou injuriado.
Porque ele é sangue bom e teve pena do coitado.
Pensou consigo mesmo, muito indignado;
“Quando esse bico eu encontrar, o bicho vai pegar!
Terei mais um B.O. pra assinar, a família vai chorar,
E eu só vou poder lamentar, ninguém mandou ele vacilar”.
Na favela é assim, pilantra aqui há.
Mas tem que ter proceder, tem que ter proceder,
Pra nela morar! Pra nela morar!
Na periferia, a riqueza é a união,
Não tem pilantragem, só humildade.
Se tiver, você pode entender, o bico vai descer.
Porque não teve proceder.
Ele não quis entender, que na favela é assim.
Aqui só a correria, a necessidade e a desigualdade,
Aqui se encontram, eu sei.
Fico no veneno, vendo os irmãos, passando fome.
E tanta riqueza nas mãos de homens que nunca se importaram.
Só mesa com fartura, sempre se empanturrando.
E eu lembro a você: a humanidade um dia vai entender.
A diferença entre felicidade e o sofrer.
Na favela é assim, pilantra aqui há.
Mas tem que ter proceder, tem que ter proceder,
Pra nela morar! Pra nela morar!
Um milhionário ou um político nunca vem nos visitar.
Olham de longe e assistem tudo de ruim que acontece,
E, no final, só sabem nos criticar.
Veja você playboy que só pensa em dólar e carro importado,
Venha ver de perto pra realmente conhecer o que é sofrer.
Você vai ver que na favela pilantra não mora.
E, se vem de fora, aqui não vai morar,
Porque os manos não vão deixar.
Eles têm a favela inteira pra vigiar.
E são eles mesmos quem vão julgar,
Não vão deixar bico de fora, na nossa área apavorar.
Por coincidência, atrás de um muro, um mano, com o bico encontrou.
E, nas ideias, o bico se atrapalhou.
O mano estava armado e não hesitou.
Muito sangue, e um cadáver ali no chão ficou.
Na favela é assim, pilantra aqui há.
Mas tem que ter proceder, tem que ter proceder,
Pra nela morar! Pra nela morar!
Confira a versão acústica da música:
Autor: Alvaci Ferro – “Silzinho do RAP” ou “Tiozinho do Rap“.
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