Gestão Empresarial (Parte 2): O foco principal são as pessoas

Complementando o artigo anterior – “Gestão Empresarial (Parte 1): Como não administrar uma pequena empresa” –, não podemos falar de gestão sem falar sobre as pessoas.

No primeiro artigo, nós falamos bastante sobre como algumas pequenas atitudes, dos gestores de uma empresa, podem interferir negativamente no desempenho dos resultados.

Neste artigo, vamos falar um pouco mais sobre o assunto: pessoas.

As pessoas são o aspecto mais importante dentro de uma empresa. Sem elas não existe atendimento ao cliente, não existe produto, não existe serviço. Enfim, sem as pessoas não existe empresa.

Empresas são apenas grupos de pessoas que vendem produtos ou prestam serviços para outro determinado grupo de pessoas (público). Ou seja, pessoas e mais pessoas!

Parece algo meio óbvio, entretanto, vejo muitas empresas usando o discurso de que as pessoas são importantes, mas, na prática, a realidade é totalmente diferente.

Uma empresa, seja ela grande, média ou pequena, precisa valorizar as pessoas de dentro, para que elas valorizem a empresa, façam um bom trabalho e atendam bem as pessoas de fora (clientes).

Se você tem uma empresa, pode estar se perguntando: como faço para valorizar e motivar as pessoas da minha empresa?

A resposta é muito simples: você precisa pensar em como gostaria de ser tratado se você fosse um funcionário da sua empresa.

Eu até iria um pouco mais longe e diria que o gestor, seja ele gerente de determinado setor da empresa ou o sócio da mesma, deve pensar e agir como funcionário da empresa, sempre que necessário.

Alguns donos de empresa podem achar ruim, pois vão achar que estão sendo rebaixados e é aí que está o grande perigo. Achar que só por ser dono da empresa ou o gerente do setor é melhor que os seus funcionários.

Não existe aspecto mais desmotivador do que ser tratado como inferior dentro de uma empresa.

Se o funcionário acorda todos os dias antes das 6h da manhã, pega trânsito para chegar até o metrô e ainda passa um aperto dentro do trem, só para chegar até a empresa, que não é dele, esse funcionário já merece ser bem tratado, pelo simples fato de se propor a passar por tudo isso, todos os dias, na ida e na volta.

Agora, se esse mesmo funcionário passa por tudo isso e, quando chega à empresa é maltratado ou cobrado por uma atividade que não está sob sua alçada, com certeza esse funcionário passará a pensar duas vezes quando o despertador tocar pela manhã.

Eu concordo que existem pessoas que não são nada profissionais e, quanto mais regalias a empresa dá, menos elas produzem. Mas também há a contrapartida em que as empresas não valorizam os bons funcionários e acabam perdendo esses talentos para os seus concorrentes.

Para ser gestor de pessoas, é necessário ter uma sensibilidade que muitos não têm. Pois saber lidar bem com pessoas é a parte mais difícil de todo o negócio. E é também a parte mais importante.

Você pode perceber que, neste artigo, em nenhum momento eu toquei no assunto “remuneração”. O motivo é simples: um bom salário é muito bom e é importante que o funcionário perceba que o seu trabalho está sendo bem pago e valorizado. Mas já vi muitos casos de pessoas que ganhavam muito bem em uma empresa e saíram dela por causa de uma péssima gestão e por serem tratados como inferiores. Ainda vi casos em que o bom profissional recebia um salário justo, nada além do valor de mercado, mas foi valorizado, teve um plano de carreira, foi bem considerado pelos superiores e ficou mais de dez anos na mesma empresa.

É claro que, no Brasil, esse segundo exemplo está cada vez mais difícil de ser encontrado. No entanto, acredito que a valorização de um funcionário está muito além de um bom salário.

Confira, também, o artigo: Gestão Empresarial (Parte 3): Trabalhar em equipe é a melhor alternativa para o sucesso.


Autor: Jefferson de Baumont