Chuva silenciosa

Chuva silenciosa

Mechas cambaleiam granito negro, ar frio Respingos ofegantes (vapor na calçada) cheiro de cachorro-quente Corrida noturna de ciclistas Um pequeno cachorro sonolento deita-se no jardim Autora: Marcela de Baumont Ficha técnica de Marcela de Baumont: Formada em 1976, pela UFRGS, na Faculdade de Comunicação Social, é bacharel em Jornalismo, Relações Públicas, Propaganda e Publicidade. Exerce a atividade de revisora desde a faculdade, na Editora e Gráfica da UFRGS, e também para escritores de livros e…

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BATOM

BATOM

– O que fazes aqui, neste canto escuro, jogado sem importância nem valor, pois devias estar aformosando a dama com seus lábios carnudos e viçosos? – Amigo, armário, bem sei que tens razão e que esquecido sou neste pedaço sem visão. Minha dama me trocou pelo mais recente lançamento de batom. E fiquei aqui, deprimido, solitário, querendo que ela lembrasse, com certeza, que a minha cor era apreciada e que ela, faceira na janela, muitos…

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Ciclo da natureza

Ciclo da natureza

Toda hora tem seu brilho, seu momento, o apogeu do pensamento. E já passa um minuto desatento, sem que se execute um solfejo, sem que se ouça um sustenido. A melodia vibra entre as notas e embala noite e dia… O chafariz se exibe em sua dança de águas a refrescar os peitoris. E no oculto ciclo da natureza, aparece o sorriso de um rio, que se maquia de barro, de folhagens, a deslizar livre…

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Casa Vazia

Casa Vazia

Cactos vestindo a janela, nenhuma flor. Os desenhos assimétricos dos azulejos no velho casarão. Cheiro de mofo, velharia, o assoalho respira cupins. As trepadeiras mirraram no corredor do jardim. Olho sob o telhado, há sensação de falta de calor: os móveis rústicos definharam sua cor. Autora: Marcela de Baumont Ficha técnica de Marcela de Baumont: Formada em 1976, pela UFRGS, na Faculdade de Comunicação Social, é bacharel em Jornalismo, Relações Públicas, Propaganda e Publicidade. Exerce…

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Beijo de amor

Beijo de amor

Aqui, no cantinho do coração, guardo com todo o apreço, a lembrança do teu beijo dado com toda a emoção. Emoção do primeiro beijo, do primeiro namorado, a flor em tuas mãos a decorar nossa intenção. E aquela sensação de alegria a nos acompanhar todos os dias fala da nossa ligação e do enlace da nossa paixão. Autora: Marcela de Baumont Ficha técnica de Marcela de Baumont: Formada em 1976, pela UFRGS, na Faculdade de…

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CAPADÓCIA

CAPADÓCIA

Traz os traços dos traçados de volta aos revoltosos. entre os labirintos de cirandas os redemoinhos desvairados no poente. São multidões de pequenas cavernas esculpidas das lavas sedimentares como testemunhos vivos, anciãos, de um tempo perdido no passado. Não há lógica, não há paralelismos. Castelos despontados em sentidos helênicos fervilham como formigueiros na imensa região da Capadócia. A visão é intrigante, encantadora, cativa os mais zelosos, prima por sigilos secretamente escondidos, aguça a mais afiada…

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Arco-íris

Arco-íris

O arco-íris pousou na janela do meu quarto. Trouxe um laço de fita azul, celeste como o céu, e um sorriso singelo, parecido com o dos bebês. O arco-íris me contou dos cantos por onde andou, dos campos e florestas que atravessou e da ventania que enfrentou. O arco-íris cativou o olhar das moças na janela, dos velhos na pracinha, dos bosques e dos pássaros. Meu lindo e silencioso arco-íris, a deixar sua passagem marcada…

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Ao redor do braseiro

Ao redor do braseiro

Hoje a noite chegou de mansinho… e o seu brilho de luzeiro prateou os pedregulhos diante do braseiro. A lenha a se estalar, a lançar longe seu olhar como uma namoradeira em dia frio de inverno. A grama úmida, serena, alastrada por toda a colina, a exalar sua fragrância singular. Aos poucos vem aquela neblina a esmaecer a paisagem, a deixar um gosto caseiro da chaleira que se aquece no braseiro. E o genuíno ar…

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AMOR DE CAIXINHA

AMOR DE CAIXINHA

Vivemos numa caixinha de fósforos, com tijolos espalhados todos pelo chão. Somos todos apreensivos dentro de minúsculos espaços, atrás de momentos melhores. Da vida sabemos apenas uma pequena porção. O apito, o martelo, os enlatados se escondem numa teia de arame farpado. De susto acordamos todo dia entre os alaridos e o silêncio. Um coração se fragmenta de desilusão, de saudade. Espero o seu sim dia e noite, a toda hora, e não ouço a…

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AMAR E VIVER

AMAR E VIVER

Lembrassem as lágrimas a trajetória da saudade, aqui estão meus pedidos, meus anseios. Um doce e suave perfume que vem do meio das nuvens faz a viagem abstrata do viver. A memória desfalece e me desencontro do meu eu. Navego na inspiração sem fronteiras – espelhos despencam pela correnteza. E o amor por onde andará? Ah, o amor não me foge, me acena autêntico, com entusiasmo. A virada dos pensamentos eclode, como um eclipse lunar….

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