A breve história de Johnny Paulistano – Capítulo 2

Para Johnny, aquele semestre foi bem diferente dos outros anos que passou na outra escola, da cidade de São Paulo. Ele fez alguns amigos, começou a prestar mais atenção nas aulas e já não ficava mais sozinho no recreio.

A alegria era tão grande que Johnny não via mais o tempo passar.

Alguns meses se passaram e os pais de Johnny decidiram que era hora de voltar à cidade de São Paulo.

Ao ouvir a notícia, Johnny não gostou nem um pouco, pois ali, naquela cidade, ele se sentia bem, tinha feito amigos e não queria sair de lá.

Sua mãe percebeu sua tristeza e foi conversar com ele. Como toda mãe, a mãe de Johnny sabia muito bem escolher as palavras, olhar nos olhos e ser muito atenciosa e sensível. E Johnny sabia que tudo que ouvisse dela era verdadeiro e sincero. Por isso, após a conversa, Johnny decidiu que não ia mais lutar contra a mudança, mas iria aproveitar ao máximo os dias que ele ainda tinha no interior de São Paulo.

Os dias foram se passando e a data da nova mudança chegou.

Ao voltar para a cidade de São Paulo, Johnny ficou espantado com tal grandeza, pois, antes de saírem da capital paulista, ele nunca tinha visitado a Av. Paulista e outros lugares famosos, como o Parque Ibirapuera e os shopping centers da cidade grande.

Quando viu todas aquelas luzes, carros e prédios enormes, Johnny ficou com medo. Mas era um medo daqueles medos de criança, imaginando quão complicado seria se adaptar e se acostumar à tamanha correria e multidão.

Entretanto, assim como o vento, o tempo também transforma. E, com o passar dos dias, o medo que Johnny tinha sentido foi substituído pela gratidão. Gratidão por sua família ter sobrevivido à experiência anterior, de morar no interior e estarem de volta à cidade em que Johnny nasceu.

A adolescência de Johnny Paulistano (Parte 1)

Johnny agora já tinha 12 anos, havia voltado a morar em sua cidade natal e, na escola, estava começando a fazer amigos.

Mas, como sempre, a vida surpreende Johnny, oferecendo a ele mais uma lição importante.

Quando ele estava descendo as escadas da casa de um tio, em São Paulo, tropeçou e  caiu. O resultado foi um braço quebrado e 15 dias internado.

E mais uma vez Johnny sentiu medo, pois era nescessário fazer uma cirurgia em seu braço para fixar os ossos. Por isso, Johnny foi internado no hospital, esperando a cirurgia e sentindo aquele “friozinho na barriga”, comum até em gente grande.

Porém, sua mãe não o deixava desanimar. Sempre que ele ficava para baixo, ela tinha as palavras certas para o consolar.

No quarto em que Johnny foi internado, aguardando a cirurgia, havia muitos outros garotos, quase da mesma idade de Johnny, esperando também para serem operados. Mas Johnny reparou algo muito incomum. Alguns deles tinham sofrido fraturas e acidentes bem mais graves do que Johnny, e o pior: alguns deles não tinham a mãe ali cuidando deles, como Johnny.

E foi isso que o fortaleceu. A presença de uma figura feita por Deus para protegê-lo com conselhos e, às vezes, só com olhares.

Sim, a maioria de nós dá graças pelos pais que têm ou, pelo menos, pela mãe, mas Johnny…bem, ele a considerava um anjo, enviado pelo Criador, para guiá-lo no caminho tortuoso da vida.

Saindo do hospital, Johnny sentia-se mais forte, apesar de ainda estar com o braço engessado. Ele acreditava no que seus pais diziam: “O que não nos mata nos fortalece”.

Ter ficado esse período no hospital deixou Johnny um pouco atrasado nas matérias da escola e isso faria com que aprendesse outra lição importante para a vida inteira.

Sua mãe havia avisado a diretora da escola e os professores sobre Johnny, que ele passara por uma cirurgia. Então, um dos seus colegas de classe, Andrey, foi até a casa de Johnny empresar o caderno para que ele pudesse voltar às aulas, sem perder muitas matérias.

Andrey nunca foi amigo de Johnny. Eles também não eram inimigos, mas Johnny quase nunca falava com Andrey. Porém, depois daquele dia, os dois se tornaram amigos e Johnny percebeu que, em certos casos, as pessoas que menos imaginamos são as que nos estendem a mão.

É, a infância de Johnny não foi fácil e sua adolescência já tinha começado com muita ação.

Passaram-se alguns meses, alguns anos… e Johnny fez grandes amigos que o acompanharam até os últimos dias em que ele cursou naquela escola.

Bob e Peter, seus amigos inseparáveis, eram unidos na classe, na hora do intervalo e fora da escola. E foi assim, na 6ª série, na 7ª série, na 8ª série, no 1º ano do ensino médio e nos anos seguintes.

Mas com o tempo, tudo muda e a vida de Johnny Paulistano estava prestes a mudar definitivamente.

Continua…


Autor: Charles B. Rock