Poemas

Às vezes a imaginação soa latente: Como uma árvore no poente Onde os pássaros tecem seus ninhos. E a velha e esquecida represa dourada Desponta para libertar as ideias, os pensamentos! Vem então o ar morno, delicado e solene, Percorrendo cada canto, cada instante, Preenchendo as lacunas do dia, Inventando as sombras antes do anoitecer. Cativante: as águas se acalmam mais… O ressonar dos pássaros parece ser O único som a existir nessa paisagem, Completamente…

Na ausência olhamos os dias Vagas lembranças de horas (O porquê não se sabe) Uma fenda se abre em fora Sem que os medos nos assombrem Sem que a tristeza nos alcance E o anoitecer se achega Enquanto nossos olhos percorrem o horizonte Não há sombras aparentes Não há dúvidas que nos encontrem… Autora: Marcela de Baumont Ficha técnica de Marcela de Baumont: Formada em 1976, pela UFRGS, na Faculdade de Comunicação Social, é bacharel…

Estremeço. Estremeces. O mar da dúvida a divisar nossas fronteiras. Alheias nos passam as lembranças. E tu confessas. Eu confesso que nessas longas horas perdidas poderíamos os dois, lado a lado, ter dado adeus ao destino. Suspiras. Meu coração se comove. Entre as encostas do sentimento, lamento não tê-lo visto antes, antes mesmo que me havias visto. Em teus passos me conforto, me sinto segura e sonhadora. Tu sonhas com meus sonhos? Sonhamos o romance,…

Em frente à velha choupana, as flechas estão desarmadas… O velho cacique está ausente, seus dias de glória foram-se agora. Na tribo, apenas um clamor de espera que não vai findar. Pequenos lenços em seus mastros se erguem em sua homenagem, trazendo à memória de todos um tempo de grandes conquistas, de uma era de grandes visões… Momentos que ao serem lembrados trazem a cada face lágrimas de saudade, tristeza em cada olhar nebuloso. Porém,…

As horas arranham o dia que não passa, que se arrasta, Fica marcando intervalo, E não vem o fim da tarde. Que lentidão, quanto marasmo Em meio à linha do metrô. Vagão após vagão lentamente Saem da plataforma dolentes. Depois o som é estridente, Luzes poucas, ar pesado, Faltam lugares marcados, Os corrimões estão enferrujados. Gente que entra, gente que sai, Todos apressados e cansados, Querendo afastar do olhar O peso da noite não descansada….

Há pais que são pais, Há pais que são mães, Há pais que são pais e mães. Pais nos ajudam a crescer, Nos mostram seu exemplo, Nos animam quando precisamos, Nos falam coisas duras E também nos confortam. Pais nos carregam na garupa, Brincam conosco de cavalinho, Nos levam à praça, ao parquinho, São nossos amigos, são nossos heróis. Pais também adoecem, ficam tristes, Precisam de amigos, de conselheiros, Pois se chateiam com injustiças, Pais…

Escada que desce, Escada que sobe, Em meio ao contraste, Conversas alinhadas. A moça de vestido florido, O velho de boina desfiada, A criança que passa correndo, O pai que chega atrasado. Um bom motivo os atrai Na noite de lua azul. Todos são atraídos no momento De encontrarem antigos amigos. O painel mostra mapas De lugares longínquos, muito distantes. Os folhetos vendem sonhos, Ilusões que poucos têm acesso. Será que vale a pena gastar…

A palidez aflora na tarde de inverno. Um dia que viajou no tempo se despede. Vai encontrar-se com a lua na densa mata. Minúsculos insetos invadem o brejo… A bela noite guarda seus segredos. Um vagalume perambula entre as árvores, na mais sublime paragem. Autora: Marcela de Baumont Ficha técnica de Marcela de Baumont: Formada em 1976, pela UFRGS, na Faculdade de Comunicação Social, é bacharel em Jornalismo, Relações Públicas, Propaganda e Publicidade. Exerce a…