De menino e de vento

De menino e de vento

Quando o céu veio chorando, Não sabia que eu era menino, Não conhecia o canto da flor. Fiquei parado, desatento, Aturdido com falas e murmúrios. Queria correr, correr não podia, Queria gritar, gritar não conseguia. Tudo ficara quieto e sonolento. E o vento, um vento insuflado, Cortante como o velho Minuano, Gostava de atordoar o rio. As fileiras, que carregam sulcos, Não pensavam direito, cambaleavam, Na ponta de uma caneta vermelha. A outra voz que…

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Crianças no Campo de Camomila

Crianças no Campo de Camomila

No imenso campo, descansam camomilas. Dançam ao menor movimento do vento. Crianças do vilarejo saem às pressas da escola, logo ao lado, e vão pulverizar com seus sorrisos infantis o doce e perfumado aroma das flores. Não há pintor que consiga captar tamanha euforia, uma alegria imensurável. Com suas faces delicadas e ingênuas, fazem da paisagem o regaço de sua infância. Autora: Marcela de Baumont Ficha técnica de Marcela de Baumont: Formada em 1976, pela…

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Incompatíveis

Incompatíveis

Canais vazios. O trajeto presume a ida e a volta… São perspectivas inalteradas. A trilha reservada está solene observando os canais. Não trazem reservas ou despojos. Incompatíveis percorrem, lado a lado, costurando a margem. Mas desprendem recantos minúsculos que nenhum valor têm cuidado. Autora: Marcela de Baumont Ficha técnica de Marcela de Baumont: Formada em 1976, pela UFRGS, na Faculdade de Comunicação Social, é bacharel em Jornalismo, Relações Públicas, Propaganda e Publicidade. Exerce a atividade…

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Infinito azul

Infinito azul

Flocos de algodão descem e sobem, parecem balões, no céu de paz, a deslizarem até o horizonte e chegarem ao infinito azul! Como um grande sonho, voamos além onde o sol se encanta com as montanhas divertidas que mergulham após o derradeiro poente! Acima, bem depois que nossa vista alcança, os extensos cirros se despedem e se lançam às maiores altitudes, se encontrando com a plenitude. Autora: Marcela de Baumont Ficha técnica de Marcela de…

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Sussurros

Sussurros

Sussurros do vento – balanço dos jasmins, pequenas pétalas caídas atapetando todo o jardim. Encantos do dia frio vasculham meus pensamentos. Lembranças revivem silenciosamente os anos felizes da adolescência. Pelas frestas da cortina, observo a lentidão da fina garoa, a descansar suas minúsculas gotas nas ramagens das jabuticabeiras. No telhado, o açoite do vento faz vibrar alguns galhos, que se quedaram. O dia silencia-se com o frio! Autora: Marcela de Baumont Ficha técnica de Marcela…

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Feridas

Feridas

Na lança, a palavra Despedaça o ego dos tolos Escorada na razão Insensível ao coração. Na espreita, aponta feridas Espiando a hora certa. De repente, o golpe. Certeiro. Sem piedade. Na respiração pesada Suspiros perdidos. Nos olhos secos Suas palavras se escondem. Na ciranda dos sentimentos Palavras descuidadas E interesses obscuros. Segredos do coração Cicatrizam amizades, Silenciam feridas Com lâminas afiadas. Autora: Marcela de Baumont Ficha técnica de Marcela de Baumont: Formada em 1976, pela…

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A pequena Carolina

A pequena Carolina

Menina sorridente: olhos arredondados, nariz afinado, boca pequena. As mãos? Totalmente femininas, principalmente ao usar seu leque de penas de ganso. Como tudo era jovial em Carolina! E, quando necessário, sempre usava lenço de seda chinesa: tudo ornando com seu belo vestido de lese branco. Autora: Marcela de Baumont Ficha técnica de Marcela de Baumont: Formada em 1976, pela UFRGS, na Faculdade de Comunicação Social, é bacharel em Jornalismo, Relações Públicas, Propaganda e Publicidade. Exerce…

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Serenidade

Serenidade

A montanha se agiganta à frente e é morada de ursos, raposas e lobos, que ao luar se esgueiram pelas ramagens. As árvores que lá habitam são florescentes, desfilam suas cores primaveris à tarde e descem o desfiladeiro até a cabeceira do rio. O rio avança altivo pela planície até atingir um vale extenso e verdejante. Então se abre em leque e irradia seu poder. Na foz, ao beijar o mar, a pororoca se insinua…

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Sonho perdido

Sonho perdido

Dentro do meu sonho, há um mar perdido de solidão, afligido e cansado, à procura de consolação… Há uma constante nostalgia em meu pranto e só a voz dos anjos a me reconfortar. Espero um sinal de momentos felizes quando ainda estávamos a comemorar. Lamento profundo e persistente em tudo – no falar, no calar, no repercutir – vibrando sem cessar e me acorrentando… Soluços em meio às mentiras e pensamentos são interrompidos pela voz…

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Calados

Calados

Falam de forma estranha de jeito sofrido de cabeça baixa Falam sem refletir no que dizem sem perceber as palavras sem ouvir a própria voz Falam abertamente aos quatro ventos tenazmente e com eloquência inquietamente sem ser coerentes Depois, calam! Deixam de argumentar o que é certo Deixam de atender os necessitados Deixam de observar o sol após a tempestade Autora: Marcela de Baumont Ficha técnica de Marcela de Baumont: Formada em 1976, pela UFRGS,…

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