Fim da favela

A pobreza se confunde com a tristeza…

o dia cinzento abrigou a fumaça

e as pequenas casas da encosta se queimaram.

Lentamente começou o fogo.

Veio o vento de sobressalto e alvoroçou tudo.

E minuto após minuto se consumiam as habitações.

Adultos e crianças fugiam ou tentavam salvar

o que poderiam guardar de lembrança…

poucos objetos retirados às pressas, incessantemente.

A rua se tornou em lamento da dor.

Não havia mais lugar para o riso e a conversa.

Os amigos lutavam lado a lado com bombeiros

na desesperada vontade de não deixar

as labaredas se espalharem ainda mais pela favela.

A luta era contínua, difícil e exaustiva…

os resultados positivos foram poucos.

Hoje estamos mais tristes pelos vizinhos

e não podemos deixar de pensar nas famílias

que com tanto sacrifício têm vivido

e muitos dias se frustrado pelos infortúnios.

Hoje estamos mais perplexos e quietos.


Autora: Marcela de Baumont

Ficha técnica de Marcela de Baumont:

Formada em 1976, pela UFRGS, na Faculdade de Comunicação Social, é bacharel em Jornalismo, Relações Públicas, Propaganda e Publicidade. Exerce a atividade de revisora desde a faculdade, na Editora e Gráfica da UFRGS, e também para escritores de livros e revistas em áreas diversas. Como revisora em Propaganda, tem trabalhado para importantes clientes:  Giovanni+DraftFCB, Wunderman, Grey, Publicis, Africa, MPM. Seu passatempo favorito é ler um bom livro e escrever suas poesias.