Bilros

A chegada de rendeiras, com suas famílias, provenientes de Portugal, principalmente das regiões do Minho, Alentejo, Algarve e Estremadura, trouxe uma cultura extraordinária para o nosso país no período da colonização.

As famosas rendas de bilros ainda hoje são tecidas e trabalhadas por mulheres, geralmente de origem humilde, que tão bem produzem tal primor. A mecânica de produção de cada peça é descomplicada, segundo elas afirmam, mas que trazem um alto poder de concentração durante o manuseio dos aparatos.

A criatividade é muito peculiar e segue, quase sempre, um padrão de contornos e design. No entanto, essa devoção à arte rendeira inevitavelmente é muito pouco valorizada em certos lugares.

Se você para e observa como cada nó e ponto é feito, entenderá que poucas pessoas seriam capazes de realizar tal tear com tanta habilidade. Provavelmente, eu não estaria incluída nessa lista de “mãos preciosas”.

Essas rendas são mais encontradas nas regiões: Norte – Pará; Nordeste – Alagoas, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Bahia, Sergipe e Maranhão; Sudeste – Rio de Janeiro; e Sul – Santa Catarina.

As peças são inúmeras, vão desde capas de almofadas e colchas a blusinhas, vestidos, chapéus e jogos de mesa, não esquecendo que a combinação de cores nesses modelos segue a imaginação de cada rendeira.

Bilros, uma arte rendeira que está ligada à nossa história e que atravessará séculos de vida.


Autora: Marcela de Baumont

Via: Baumont Artisanat